João Pessoa - PB (Litoral Norte)

No 2º dia em João Pessoa fizemos um passeio com a Luck Receptivo pelas praias do Litoral Norte.

Primeiramente visitando o Projeto Tartarugas Urbanas, que fica na Praia de Intermares.

É um projeto super bacana e que precisa de ajuda. A sede do projeto fica em um pequeno espaço que o dono de um bar chamado Bar do Surfista disponibilizou. O projeto não tem nenhuma ajuda política, apenas biólogos voluntários fazem a manutenção do mesmo, dando palestras informativas, cuidando das tartarugas que chegam à praia com algum problema e ainda monitorando os ninhos na praia (marcando os locais onde são depositados os ovos e cuidando para que ninguém mexa).

Os biólogos também fazem um trabalho essencial que é colaborar para que as tartarugas que nascem alí consigam chegar à praia. Pois com a luminosidade urbana, quando as tartarugas saíam dos ovos, em vez de elas irem em direção à praia, estavam indo em direção ao asfalto e morriam atropeladas. Por isso, os biólogos criaram o que eles chamam de cesariana de areia, ou seja, antecipam o "parto", ajudando as tartarugas a cavarem (os ovos ficam enterrados na areia com +/- 70cm de profundidade) e fazem com que elas saiam da areia na parte do dia, assim evitando que elas caminhem para o lado errado.

As tartarugas que chegam nas praias da Paraíba para procriar são na espécie Tartaruga de Pente. Elas tem esse nome porque as pessoas usavam partes do seu casco para fazer pentes. O jeito de fazer isso é horrível, eles pegavam a tartaruga e colocavam elas de cabeça para baixo em uma fogueira para que partes do casco (que é feito de queratina) se soltassem com mais facilidade. Detalhe: a tartaruga ficava viva enquanto faziam isso. E após tirarem os filetes do casco, eles largavam a tartaruga na praia. É claro que sem a proteção natural e depois de ser praticamente cozinhada viva, elas morriam.

Isso é uma sacanagem e eu realmente abomino qualquer pessoa que cometa esse e outros tipos de barbaridade contra os animais e plantas. Não vou comentar sobre tudo o que eu acho porque não é o caso neste momento. Mas hoje, as tartarugas são protegidas por lei e se alguém for pego fazendo alguma crueldade, é preso e isso caracteriza crime inafiançável.

No dia em que estávamos lá, fazia uma semana que uma tartaruga doente havia sido encontrada na praia, e apesar dos esforços dos biólogos, que a trataram até com antibióticos, não sobreviveu. Ao fazerem a autópcia descobriram que além de muito plástico, ela também tinha engolido um pedaço de corda de quase 80cm. Ou seja, os causadores disso são os seres humanos que jogam lixo em tudo quanto é lugar, e infelizmente os animais não conseguem distinguir as porcarias do mundo moderno da comida de verdade.

Bom, na área do projeto há uma lojinha (com camiseta, caneca e etc) e a renda é revertida para ações do próprio do projeto. E no momento o pessoal está arrecadando assinaturas para tentar preservar uma área da praia (que as tartarugas usam para colocar seus ninhos), onde a prefeitura quer construir calçadões.

Esse projeto carece de ajuda e o site deles é esse: http://www.guajiru.com.br/site/. Lá tem informações de como ajudar!

Depois disso, fomos à Praia de Bessa e ficamos alocados no Restaurante Camarão Grill, que tem infra-estrutura com redes, cadeiras e mesas, chuveiro, banheiros e até piscina. O valor do almoço varia de acordo com o prato, nós almoçamos Carne de Sol, que vem com acompanhamentos (arroz, macaxeira, feijão verde, salada e vinagrete), além disso tomamos suco e sorvete e a conta não passou de R$ 60,00 para duas pessoas. Barato, se compararmos com outros locais do Nordeste.

Praia do Bessa

Restaurante Camarão Grill

Carne de Sol do Camarão Grill

Por volta de 14h00 saímos dalí e fomos visitar a Fortaleza de Santa Catarina, é cobrado R$ 2,00 de ingresso por pessoa. O guia que nos atendeu é voluntário e se chama "Big Big", o cara é uma figura. Contou a história do lugar com facilidade, carisma e humor.

Big Big dando explicações aos turistas

Gatinha preguiçosa na Fortaleza de Sta Catarina

Parte da Fortaleza de Santa Catarina

Lindos desenhos em azulejos contam um pouco da história.

O passeio seguiu rumo à Praia do Jacaré, que na verdade é onde fica o encontro do Rio Paraíba com o mar. Alí acontece o famoso show do Jurandy do Sax, onde no pôr do sol, toca o Bolero de Ravel.

O bacana é chegar cedo (15h00 / 16h00) para poder escolher os melhores lugares. A estrutura do lugar é feita de 04 bares, que possuem decks no Rio Paraíba e alí tem uma rua bacana com muitas lojinhas de artesanato. É cobrado em qualquer um dos bares ou couvert artístico de R$ 5,00 por pessoa.

Eu particularmente esperava que esse "espetáculo" fosse mais, sei lá, na minha ingenuidade acreditava que o Jurandy ficava tocando o sax na canoa, mas que o rio ficava vazio, só para ele ir tocando. Mas é uma muvuca de barcos, lanchas, jet-skis e até um catamarã, que na minha opinião tiraram a essência do lugar.

É claro que o pôr do sol é liiiindo, todo amarelado. Bonito mesmo... O Jurandy toca exatamente quando o sol tá quase indo embora e é um negócio legal, mas não sei, acho que eu esperava mais.

Mas de qualquer forma, ir até João Pessoa e não ir na Praia do Jacaré ver isso, é como ir à Paris e não ver a Torre Eiffel.

Pôr do sol lindíssimo

Jurandy tocando o Bolero de Ravel

Fim do Pôr do Sol

Barco lotado para ver o Jurandy de outro ângulo



O passeio termina depois que o Jurandy toca "Ave Maria" em cada um dos bares, por volta das 18h.

À noite fomos jantar em uma pizzaria/ creperia chamada Lyon que fica em Tambaú. Experimentamos o crepe e estava muito bom. Cada crepe tinha um valor de acordo com o sabor, mas 02 crepes + bebidas saiu uns R$ 45,00. O atendimento foi muito bom e rápido. Gostamos bastante!!!